sábado, 2 de maio de 2009

Paz Armada

É noite de sexta e neste instante sem mãe, já noite avançada, não encontro motivo algum para escrever. Sinto-me feliz sem qualquer razão. Acordei assim, como também ontem e antes de ontem. Já dancei sozinho na sala, fiz meus exercícios circenses e ri de mim mesmo cantando no escuro. Imagino que, fosse eu uma pena, não estaria tão leve.
Na medida do possível, tudo está bem no trabalho, que, nesta semana, não me trouxe novas (grandes) torturas. Na república, continuamos sem qualquer rusga, embora ainda aprendendo a arranjar os espaços. Todos os problemas estão em seus lugares (indevidos, como o de todos os problemas), mas seus olhos de gato não me interrogam. Aceito o que têm de irresolução e me sinto em paz.
É impossível medir quanto tempo esse enlevo vai durar. Entendo que a angústia é uma esfinge de mil faces, cujo silêncio é um enigma aterrador, mas não sou eu quem vai romper o armistício.

2 comentários:

  1. ainda não, meu amigo, mas está quase nascendo o dia em que o silêncio da esfinge não me assustará mais. O assombro é enorme diante daquilo que sabia ser eu sem tê-lo fitado jamais. Sabia da dor de encarar-me sem o véu de maia a encobrir certos ângulos mas não sabia do poder de pedra soterrante,engolindo sonhos tão caros que preenchiam a vida sem que o percebesse.Não se preocupe em conhecer-me, não vale tanto a pena, apenas que me leia, eu que o leio sempre, com admiração e respeito por sua alma diamantina.

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  2. Antes tarde do que nunca! Finalmente, FL...

    Finalmente encontrei um tempo para prestigiar seus textos que, como você bem disse, tanto aprecio.

    Espero conseguir passar por aqui com mais frequencia e poder acompanhar sua epopéia nordestina.

    Saudoso abraço,


    RB

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