MEIO-DIA
Ao meio-dia a vida
é impossível.
A luz destrói os segredos:
a luz é crua contra os olhos
ácida para o espírito.
A luz é demais para os homens.
(Porém como o saberias
quando vieste à luz
de ti mesmo?)
Meio-dia! Meio-dia!
A vida é lúcida e impossível.
todas as liras de meu corpo foram tocadas
ResponderExcluirtodas as líricas ressoam e eu me contenho
porque o mundo é excessivo e sou pequena e simples
porque o mundo me invade a modo de planta que nasce no cimento bruto
planta bruta que sou
sem medo do meio dia
porque a noite não se deixa extinguir pelo brilho do sol
e eu, que não sou nada,
nada posso contra o que se mostra
o eu se desfez no barro
Beijo, Marília
PS. A carta vai logo!