pro Joca
É um alívio descobrir que o diabo existe. Sabendo que está aí, podemos nos absolver dos males que comentemos e nos eximir daqueles que não chegamos a concretizar. O raciocínio é simples: não temos culpa por nossas faltas, pois a responsabilidade é sempre dele, demônio, que nos insufla, sem que percebamos, toda sorte de maus instintos nos quais radica o impulso para o pecado. Não somos nós que temos ira, inveja, afã destrutivo e tudo o mais que nomear não convém. Temos boa índole, sendo imagem e semelhança de Deus, mas o ser de mil faces adentra e contamina nossas vidas, ele que também é ubíquo.
Se cometemos um crime, vemos que nossas mãos o perpetram, movidas, porém, por força externa a nós. Quando nosso desejo é perverso, podemos estar certos: é o diabo que divide a nossa vontade. O demo é terrível e cheio de ardis: esperto e oportunista como salteadores, solícito e promitente como candidatos políticos. Imaginá-lo um monstro é dar-lhe azo para atuar. O demônio é a fonte de água límpida quando precisamos seguir em frente, é a realização de um sonho que não nos pertence. Sorrateiro como só ele, a um só tempo testa-nos e atenta-nos a fim de vencer, incinerando a criança que habita em nós e à qual pertence o reino dos céus.
Ninguém, contudo, deseja o pecado. Pecamos a contragosto. Eis aí nosso grande refrigério, o motivo pelo qual, quando caímos, havemos de ser desculpados. Se erramos sem dolo, por que devemos ter sobre as costas o peso das faltas? Somos falíveis, mas bons. O mal não passa de um acidente, não existe como atributo humano. O que há é o diabo, que nos espreita. E tudo o mais é ilusão.
Se cometemos um crime, vemos que nossas mãos o perpetram, movidas, porém, por força externa a nós. Quando nosso desejo é perverso, podemos estar certos: é o diabo que divide a nossa vontade. O demo é terrível e cheio de ardis: esperto e oportunista como salteadores, solícito e promitente como candidatos políticos. Imaginá-lo um monstro é dar-lhe azo para atuar. O demônio é a fonte de água límpida quando precisamos seguir em frente, é a realização de um sonho que não nos pertence. Sorrateiro como só ele, a um só tempo testa-nos e atenta-nos a fim de vencer, incinerando a criança que habita em nós e à qual pertence o reino dos céus.
Ninguém, contudo, deseja o pecado. Pecamos a contragosto. Eis aí nosso grande refrigério, o motivo pelo qual, quando caímos, havemos de ser desculpados. Se erramos sem dolo, por que devemos ter sobre as costas o peso das faltas? Somos falíveis, mas bons. O mal não passa de um acidente, não existe como atributo humano. O que há é o diabo, que nos espreita. E tudo o mais é ilusão.