Surpreende-me a demanda que freqüentemente chega até mim por parte de meus alunos. “Mas qual é a resposta, professor?” “Não gosto de assuntos que não têm uma resposta exata.” Em classe, contenho-me, mas, entre amigos, confesso sem pestanejar: escuto com tristeza esse tipo de comentário. E a razão é simples: soa-me uma exigência absurda, uma demanda indigna – o que, na vida, possui uma resposta definitiva? Enfrentando a morte, procurando o sentido para a existência, perguntando-se o que é o amor, quem jamais encontrou a resposta final?
Reconheço que um anseio dessa natureza, o anseio pela resolução, seja recorrente, mas não consigo julgá-lo doutro modo exceto como tolo. Mais do que isso, julgo-o reflexo de uma incompreensão da vida. Quem, com sinceridade, poderia dizer que, ao observar o mundo, alcançou algo seguro, exato, permanente? É preciso lembrar que tudo está em movimento, que a mudança é a única realidade? E, se assim é, donde esse ímpeto pela fixidez?
Como professor, nada me resta senão acolher os estudantes e buscar introduzi-los, tanto quanto possível, no universo da incerteza, nossa única morada. Filósofo, repilo a brutal ignorância que é relutar contra a dúvida fundamental de todas as coisas, que é querer uma solução para as grandes questões da vida. Temos de aprender a navegar sobre as águas da perplexidade e do paradoxo, pois o essencial permanece sempre irrespondido. Para as grandes perguntas, a única resposta honesta é que resposta não há.
Reconheço que um anseio dessa natureza, o anseio pela resolução, seja recorrente, mas não consigo julgá-lo doutro modo exceto como tolo. Mais do que isso, julgo-o reflexo de uma incompreensão da vida. Quem, com sinceridade, poderia dizer que, ao observar o mundo, alcançou algo seguro, exato, permanente? É preciso lembrar que tudo está em movimento, que a mudança é a única realidade? E, se assim é, donde esse ímpeto pela fixidez?
Como professor, nada me resta senão acolher os estudantes e buscar introduzi-los, tanto quanto possível, no universo da incerteza, nossa única morada. Filósofo, repilo a brutal ignorância que é relutar contra a dúvida fundamental de todas as coisas, que é querer uma solução para as grandes questões da vida. Temos de aprender a navegar sobre as águas da perplexidade e do paradoxo, pois o essencial permanece sempre irrespondido. Para as grandes perguntas, a única resposta honesta é que resposta não há.
"Que eu tenha um juízo ab-eterno
ResponderExcluirE sempre a mesma opinião
Mas por que devo suar no inverno
só porque o fiz no verão?"
"LVIII. Do direito de contradizer-me".
"Se te contradisseste e acusam-te... sorri.
Pois nada houve, em realidade. Teu pensamento é que chegou, por si,
ao outro pólo da Verdade..."
"XXXVII. Da contradição"
Mario Quintana. Espelho mágico.
Janaína.
às vezes a gente é meio tolo mesmo... não tem jeito.
ResponderExcluireu tinha um professor de português que quando a gente escrevia jeito com "g", ele falava: jeito é com "j" jumento, rs. ele devia ser meio tolo também.
Janaína.
"Quem, com sinceridade, poderia dizer que, ao observar o mundo, alcançou algo seguro, exato, permanente?"
ResponderExcluirR.: Descartes, talvez.