Conta-se que em fins do século passado, num remoto país do Oriente, a viagem da capital à fronteira levava nada menos que trinta dias, e ainda por cima a lombo de camelo. E sucedeu que um engenheiro britânico ali residente, em nome do progresso, resolveu remediar a coisa.
– Enfim – conclui ele, após uma audiência com o respectivo xá, ou coisa que o valha –, construindo-se a estrada de ferro de que o país tanto necessita, a viagem até a fronteira poderá ser feita em um só dia!
– Mas – objetou o velho monarca, que o ouvira com uma paciência verdadeiramente oriental – o que é que a gente vai fazer dos vinte e nove dias que sobram?!
– Enfim – conclui ele, após uma audiência com o respectivo xá, ou coisa que o valha –, construindo-se a estrada de ferro de que o país tanto necessita, a viagem até a fronteira poderá ser feita em um só dia!
– Mas – objetou o velho monarca, que o ouvira com uma paciência verdadeiramente oriental – o que é que a gente vai fazer dos vinte e nove dias que sobram?!
Esse textinho poderia servir de epígrafe a tudo o que penso sobre o nosso tempo.
ResponderExcluirBeijo,
Marília
Pois é, às vezes as pessoas preferem ocupar-se o tempo todo para se anestesiar. O ócio é um perigo para quem não sabe o que criar! Viva o ócio! Já dizia Nietzsche: quem não dispõe de dois terços do dia para si é escravo, seja banqueiro, funcionário, ou erudito.
ResponderExcluirIracema Macedo
Este texto do Mário foi uma pegadinha do malandro!
ResponderExcluirMinha opinião...