O
cego no sinal, maltrapilho e esquálido,
tateia
os carros em busca de moedas.
Embora
jovem,
é
um pouco corcunda e anda vacilante.
Diria
que caminha com medo,
não
fosse a cegueira,
não
fosse a fome.
Sobre
o passeio,
sua
blusa de frio,
disposta
no espaldar de uma cadeira quebrada,
encontra
descanso ao lado de um cabo de vassoura.
Ele
próprio, sinal aberto,
recosta-se
na árvore perto do poste.
Às
vezes senta-se no chão,
puxando
os pés para perto do meio fio.
Se
reclama da vida, ninguém sabe.
Ninguém
lhe pergunta nada,
mal
lhe respondem quando estende a mão.
O
cego certamente já sabe lidar com o desprezo
e,
no silêncio, sofrer sem alarde.
Diferente
de nós,
ele
vive apenas no escuro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário