Nunca amar / o que não / vibra
Nunca crer / no que não / canta
Orides Fontela
Nunca crer / no que não / canta
Orides Fontela
Durante toda minha carreira estudantil, sempre me chamou a atenção o fato de os professores não rirem. Com raras exceções, na maior parte dos casos presas a momentos realmente cômicos, eles sempre mantinham uma feição exígua ou taciturna, como se silenciosamente dissessem que o saber é algo duro, exigente e, portanto, incompatível com o riso e a alegria.
Acho que a academia resiste à alegria tal qual fosse superficial, talvez leviana, indigna de se pôr ao lado de um conhecimento tido como profundo e rigoroso. A felicidade, esta é a impressão que se tem, não passa de uma ilusão dos tolos. E o riso, ora, só é pertinente sob a forma da ironia ou da sátira.
Com a postura de nossos professores, aprendemos, sem que ninguém nos dissesse, que a alegria e também a leveza não calham bem para os que se pretendem intelectuais e eruditos. A intelligentsia deve ser séria. É preciso sempre manter o olhar cinzento sobre o mundo e a vida, a crítica mordaz às “massas”, a rigidez própria dos que são incapazes de valorizar o simples e o imprevisto. Até quando, contudo, esqueceremos que por trás de todo esforço reflexivo reside o impulso para superar a dor de existir e dar-lhe um sentido que nos satisfaça?
Convém evocar Clarice: “a subida mais escarpada e mais à mercê dos ventos é sorrir de alegria.”
Acho que a academia resiste à alegria tal qual fosse superficial, talvez leviana, indigna de se pôr ao lado de um conhecimento tido como profundo e rigoroso. A felicidade, esta é a impressão que se tem, não passa de uma ilusão dos tolos. E o riso, ora, só é pertinente sob a forma da ironia ou da sátira.
Com a postura de nossos professores, aprendemos, sem que ninguém nos dissesse, que a alegria e também a leveza não calham bem para os que se pretendem intelectuais e eruditos. A intelligentsia deve ser séria. É preciso sempre manter o olhar cinzento sobre o mundo e a vida, a crítica mordaz às “massas”, a rigidez própria dos que são incapazes de valorizar o simples e o imprevisto. Até quando, contudo, esqueceremos que por trás de todo esforço reflexivo reside o impulso para superar a dor de existir e dar-lhe um sentido que nos satisfaça?
Convém evocar Clarice: “a subida mais escarpada e mais à mercê dos ventos é sorrir de alegria.”
res severa verum gaudium, mais do que nunca nos nossos tempos, näo?
ResponderExcluircom um abraco saudoso, d.
"Sorriso de Flávio - a alegria, alegrias."
ResponderExcluirquerido flávio, cuidado para não generalizar suas impressões pessoais. cuidado para não achar que conhece totalmente as pessoas, pois elas têm muitas faces, além disso, mudam o tempo todo e passam por muitas fases na vida. cuidado para não cristalizar com tanta rigidez os poucos momentos que vivenciou ao lado delas e esquecer, você mesmo, que elas podem te surpreender. abraços.
ResponderExcluiro conhecimento deveria sempre alegrar, mas as condições de trabalho dos "mestres" só podem deixá-los deprimidos, profundamente deprimidos...
ResponderExcluirFlávio,
ResponderExcluirDesconfio se há, realmente, “por trás de todo esforço reflexivo um impulso para superar a dor de existir”. Considero forçosa tal generalização, pois o homem dedica, por exemplo, boa parte do seu tempo, se preferir: esforço reflexivo, alimentando, ocupando-se de sua própria vaidade, buscando, por exemplo, o reconhecimento. Mas concordo que, quando esse impulso existe, se tente dar a tal esforço um sentido satisfatório.
Abraços,
F.
flávio, a terceira mensagem (19 de abril de 2010 15:03) é minha (janaína). não vou mais escrever aqui, pois sabe-se lá o que as pessoas podem fazer com a possibilidade da invisibilidade, rs... elas podem até se fazer passar por outras... conversar com os outros já é difícil, mais ainda é conversar para os outros, se é que isso existe... se quiser falar COMigo tem meus e-mails e telefones. abraços.
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