segunda-feira, 28 de junho de 2010

Citação V: Mario Quintana

Conta-se que em fins do século passado, num remoto país do Oriente, a viagem da capital à fronteira levava nada menos que trinta dias, e ainda por cima a lombo de camelo. E sucedeu que um engenheiro britânico ali residente, em nome do progresso, resolveu remediar a coisa.
– Enfim – conclui ele, após uma audiência com o respectivo xá, ou coisa que o valha –, construindo-se a estrada de ferro de que o país tanto necessita, a viagem até a fronteira poderá ser feita em um só dia!
– Mas – objetou o velho monarca, que o ouvira com uma paciência verdadeiramente oriental – o que é que a gente vai fazer dos vinte e nove dias que sobram?!

3 comentários:

  1. Esse textinho poderia servir de epígrafe a tudo o que penso sobre o nosso tempo.
    Beijo,
    Marília

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  2. Pois é, às vezes as pessoas preferem ocupar-se o tempo todo para se anestesiar. O ócio é um perigo para quem não sabe o que criar! Viva o ócio! Já dizia Nietzsche: quem não dispõe de dois terços do dia para si é escravo, seja banqueiro, funcionário, ou erudito.

    Iracema Macedo

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  3. Este texto do Mário foi uma pegadinha do malandro!

    Minha opinião...

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